Por Dr. Edson Monteiro
Tem dieta pra tudo quanto é
gosto! Têm tantas dietas pelo mundo, algumas tão famosas que fizeram muito bem
apenas para seus ricos “inventores” que venderam milhões de livros, sopas e
sheiks. Mas a realidade é que nenhuma dessas milagrosas dietas funciona.
A restrição alimentar proposta
nas dietas, qualquer que seja o método, de fato pode emagrecer rapidamente,
pode fazer perder medidas, diminuir a barriga e os indesejáveis “pneuzinhos”,
mas fica a pergunta: Por quanto tempo? Infelizmente a regra é a recuperação do
peso anterior com frequente piora do índice de massa gorda corporal depois
dessas restrições dietéticas radicais.
Contrariando todo esse arsenal de
dietas drásticas e ineficazes, é sabido que 80% das pessoas que decidem seguir
orientações nutricionais funcionais, que escolhem seguir a rotina de se
alimentarem de forma equilibrada na quantidade adequada e com todos os tipos de
alimentos, não só o peso despenca de forma lenta e progressiva, mas o principal
é que se mantém a manutenção do peso ideal de forma natural e sem grandes
sacrifícios. É impossível manter-se fiel a dietas radicais, que cortam algum
tipo de alimento ou que diminuem exageradamente a ingestão de calorias
necessárias para cada tipo físico, para cada biotipo.
O insucesso das dietas
restritivas ocorre porque quando o organismo fica sujeito a uma temporada de
restrição calórica devido à excessiva diminuição de oferta de alimentos, o
corpo entende que precisa se preparar melhor para enfrentar futuras contenções
como a que está sujeito. Como ninguém consegue manter uma dieta artificial de
restrição por muito tempo, assim que a alimentação normal é restabelecida, o
organismo passa a estocar energia de forma intensa, o que é um mecanismo de
funcionamento natural de defesa do corpo. Acrescenta-se a isso o fato de que a
maioria das pessoas volta a comer além do limite, culminando na recuperação
rápida dos quilos perdidos e indo além, facilmente acumulando mais peso do que
antes da dieta.
Dietas excêntricas como por
exemplo as de radical restrição de carboidratos (açúcar) fazem muito mal à
saúde porque esse alimento é essencial fonte de energia para o organismo. Os
carboidratos são fornecedores de glicose que é o suprimento primário que dá
energia para as células do corpo funcionar. Na ausência desse açúcar o
organismo vai atrás de outro nutriente que esteja disponível para geração de
energia; erradamente muitos acreditam que aí começa a queima de gorduras no
corpo, com inicio de emagrecimento, o maior equívoco. O que é mobilizado à
queima na ausência de carboidratos são as proteínas, a massa magra do
organismo, e aí começa a perda de massa muscular. Restrição de carboidratos faz
perder a massa magra, a musculatura, e nada acontece com a massa gorda que é
protegida pelo metabolismo.
Isso ocorre porque geneticamente
houve uma evolução através dos milênios em que a humanidade precisou
desenvolver mecanismos de proteção de energia nos períodos de restrição forçada
de alimentos. Era comum na época em que se vivia da caça e da coleta de
alimentos na natureza, passar por períodos longos sem alimentos, períodos de
fome que fez a seleção natural caminhar no sentido de privilegiar a expressão de
gens que propiciassem a estocagem de energia, sendo a gordura o melhor meio
para isso. Por essa razão há uma epidemia de obesidade, na verdade uma pandemia
(epidemia de todo o mundo) nas populações que têm o hábito de exagero de
consumo de carboidrato na dieta. Carboidrato é importante, essencial e não
podem ser suprimidos, mas não podem ser consumidos em exagero porque cumulam
como gordura.
Quando se faz restrição de
carboidratos é preciso saber que com isso há formação de substancias no sangue
conhecidas como corpos cetônicos que são liberados pela respiração que dão um
hálito característico de acetona; essas substâncias agem no cérebro causando
ausência de fome, sensação de saciedade; é a sensação de quanto menos comer
menos vontade de comer se tem, efeito atuando no sistema nervoso central que dá
a saciedade dos corpos cetônicos. Apesar desse efeito aparentemente positivo, essas
substâncias no sangue são extremamente prejudiciais ao organismo, deixam o
sangue muito ácido com graves riscos de prejuízos à saúde; o organismo para
controlar esse desarranjo mobiliza grande quantidade do elemento cálcio tirando-o
dos ossos, fragilizando-os, causando ou piorando os casos de osteoporose.
Dietas restritivas do consumo de
carboidratos em geral aumentam o consumo de proteínas. Dietas com essa
característica como a dieta exclusiva de proteínas conhecida como “dieta de
Atkinson”, geram muitas substâncias no sangue com radicais nitrogenados que
dependerão dos rins para serem eliminados pela urina, causando sobrecarga e
prejuízo da função renal. Além disso, essa prática é de alto risco
cardiovascular porque como a fonte principal de proteínas são as carnes
vermelhas, há aumento do consumo de gorduras saturadas e ferro, que conferem
riscos à saúde do coração e das artérias.
Mas não podemos mais continuar a
considerar as gorduras como o nutriente vilão de nossas dietas inadequadas. As
gorduras são na verdade a fonte de aproximadamente 30% das calorias diárias que
conferem energia ao organismo, estão na constituição das paredes das células,
são isolantes térmicos do corpo e protegem a estrutura de todos os órgãos; por
isso não devem ser excluídas da dieta. É necessário, entretanto, que sejam
consumidas gorduras do tipo mono e poli-insaturadas, que estão presentes no
azeite de oliva, nos peixes marinhos de água fria, e nos óleos de vegetais como
das sementes de linhaça e chia, para dar apenas alguns exemplos. Na verdade as
carnes que têm alto índice de gorduras saturadas, também devem ser consumidas,
mas com moderação e não excluídas da dieta. Tanto essas gorduras como o
elemento Ferro são importantes para o organismo em pequenas quantidades. No
caso de chamadas gorduras trans, essas sim devem ser evitadas já que só causam
prejuízos à saúde; estão presentes nos biscoitos recheados, em alguns sorvetes
e em muitos alimentos industrializados.
Manter o peso adequado depende de
alimentação equilibrada com o consumo de todos os alimentos disponíveis nas
proporções corretas; dietas restritivas desequilibram, prejudicam o organismo,
gera resistência e contra-medidas do organismo contra a agressão, o que ao
invés de fazer diminuir o peso, faz engordar e perder massa muscular.
Planejamento e determinação são as ferramentas do equilíbrio tão procurado.
Além da ingestão correta de alimentos, é necessário atividades físicas
moderadas diárias, pois lembre-se, é uma questão de aritmética: a quantidade de
energia que se consome deve ser pelo menos igual a que se gasta para se manter
o peso.
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AVISO: Dia 05 de outubro – sábado às 08:00hs (manhã) estaremos no teatro
do CEU Jaçanã para nossa costumeira palestra e atendimento médico. Você é nosso
convidado, participe, não falte.
Dr Edson Monteiro
Participo das palestras desde fevereiro de 2013 e já eliminei 11 kg sem nenhum sacrifício, faço pilates 2 vezes na semana e procuro fazer uma alimentação balanceada. Aproveito o espaço para agradecer o Dr. Edson que nos orienta com tanta paciência.
ResponderExcluirIldete Francelina